O indivíduo e a Organização

O homem é um ser dotado de personalidade própria, portanto diferentes entre si, cada um com a sua história pessoal, particular e diferenciada, características adquiridas ao longo da sua vivência, influenciada pela sua cultura, ambiente familiar e grupo social.

Hoje sabe-se que tais características não podem separar-se do homem ao se relacionar nas organizações, visão muito diferente daquela que os fundadores da escola clássica tinham do homem, no início de século XX.

Taylor com sua extrema preocupação com a máxima eficiência do trabalho concebida por meio de métodos e sistemas de racionalização e Fayol, voltado em estabelecer princípios da boa administração como planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. Para a teoria clássica o importante era aperfeiçoar os sistemas de trabalho por meio da racionalidade, avaliando e escolhendo sempre a melhor alternativa para obtenção da máxima eficiência. Neste caso acreditava-se que sistemas eficientes e bem ajustados trariam por si só bons resultados. Dessa forma essa teoria reduzia o indivíduo a um ser simples e previsível, treinado para executar tarefas extremamente repetitivas, motivado apenas pela remuneração financeira, mecanizando-o cada vez mais.

Pouco a pouco essa visão sobre o homem foi mudando, pois foi sendo percebido que o ser humano não é totalmente controlável e previsível. A escola das Relações Humanas surge para criticar o modelo atual em que era feita uma abordagem simplificada da organização, visando à eficiência técnica e econômica. Nesta escola o indivíduo passa a ser visto de outra maneira, não mais como um recurso visto pelos engenheiros, recebendo maior atenção dos psicólogos. Segundo Elton Mayo, preconizar a idéia das necessidades humanas é ter segurança, afeto, reconhecimento social, prestígio e auto-realização. O indivíduo precisa ser visto como um homem social, cujo conceito diz que o homem não pode ter seu comportamento reduzido a esquemas simples e mecanicistas.

Contudo na relação entre o indivíduo e a organização, não cabe uma classificação entre “homem econômico” ou “homem social”.

Entende-se hoje que as organizações só funcionam por meio das pessoas que delas fazem parte e que decidem e agem em seu nome, portanto afirmamos que o maior bem das organizações são as pessoas. Com isso temos uma relação de troca, pois as organizações dependem das pessoas para atingir seus objetivos e cumprir suas metas, assim como as pessoas dependem das organizações para galgar seus objetivos pessoais.


O indivíduo e a Organização (Estruturalismo, Teoria Geral dos Sistemas e Neoclássicos)



A partir da década de 40, em função das criticas feitas tanto à teoria clássica (em função do seu mecanicismo), como a teoria das relações humanas (por seu romantismo ingênuo) apontam para a necessidade de uma teoria de organização mais sólida e abrangente que servisse de orientação para o administrador, surge então o Estruturalismo.

Os seus autores estudam as organizações através de uma análise organizacional mais ampla do que as teorias que surgiram anteriormente a ela.

Com isso, pretendem conciliar a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas, baseando-se na Teoria da Burocracia. Desta forma, a análise das organizações, do ponto de vista estruturalista é feita a partir de uma abordagem múltipla, que leva em conta simultaneamente os fundamentos dessas três teorias, envolvendo os seguintes aspectos: os diferentes tipos de organizações; os incentivos mistos como recompensas monetárias e recompensas sociais e simbólicas; a organização formal e informal buscando o equilíbrio entre a empresa e o operário.

A teoria geral dos sistemas surgiu da percepção dos cientistas, de que certos princípios e conclusões eram válidos e aplicáveis a diferentes ramos da ciência. A partir disso, Ludwing Von Bertalanffy lançou em 1937 a Teoria Geral de Sistemas, a qual foi amplamente reconhecida na administração na década de 60. Na teoria geral dos sistemas a ênfase é dada à inter-relação e interdependência entre os componentes que formam um sistema que é visto como uma totalidade integrada, sendo impossível estudar seus elementos isoladamente. É disso que trata os conceitos de transação e globalidade, o primeiro se refere à interação simultânea e interdependente entre os componentes de um sistema e o segundo diz que um sistema constitui um todo técnico, dessa forma, qualquer mudança em uma das partes afetará todo o conjunto. Buscava-se uma teoria que fosse comum a todos os ramos da ciência e se pesquisavam os denominadores comuns para o estudo e abordagem dos sistemas vivos. Esta foi uma percepção de diversos cientistas, que entenderam que certos princípios e conclusões eram válidos e aplicáveis a diferentes setores do conhecimento humano.

A Teoria Neoclássica surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de qualquer teoria pioneira e os condensado com outros conceitos igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas ao longo das três últimas décadas. Essa teoria pode ser identificada através de algumas características marcantes: a ênfase na parte prática da Administração, a reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, a ênfase nos primeiros clássicos de Administração, a ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, o ecletismo aberto e receptivo.

O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a Administração uma técnica social básica. Isto leva à necessidade de o administrador conhecer, além dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, também os aspectos relacionados com a direção de pessoas dentro das organizações.

A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das respostas que procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus descentralização. Boa parte do trabalho dos neoclássicos está voltada para fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às vantagens e desvantagens que a descentralização proporciona. Esta Teoria enfatiza as funções do administrador: O Planejamento, a organização, a direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o processo administrativo.



REFERÊNCIA:

MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria geral da administração 2.ed. São Paulo: Pioneira, 2002.